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A psicoterapia de luto é recomendada para todos os enlutados?

Atualizado: 27 de jun. de 2023

Antes de qualquer informação sobre psicoterapia de luto, é importante ressaltar que o luto é um processo natural no qual qualquer ser humano vive diante da perda de algo ou alguém significativo, vivenciando seu pesar e buscando as necessidades de respostas adaptativas, enquanto vive também seu processo de construção de significado acerca da perda e de si, de modo a retomar suas atividades de vida diária.

Ademais, pode ser terapêutico o apoio oferecido por amigos, familiares, vizinhos ou membros de uma igreja ou associação à qual o enlutado pertença, é de grande valia no enfrentamento ao luto. Ou seja, todo o afeto, respeito, consideração e amizade são de extrema importância na reconstrução da vida do enlutado compondo o que chamamos de rede de apoio.

Para entender melhor o luto, partimos do Modelo do Processo Dual que propõe uma revisão nas concepções teóricas sobre o processo de luto, ao identificar dois tipos de fatores estressores, orientados para a perda e para a restauração, ou seja, considerar a existência de um processo dinâmico e regulador do enfrentamento, pela oscilação por meio da qual o enlutado pode às vezes confrontar, às vezes evitar as diferentes tarefas do luto.

Sendo assim, é necessário dar conta da dor dessa oscilação, ou seja, da presença das lembranças e também dos compromissos da vida diária, que chamam para a retomada da vida, porém modificada naturalmente pela perda, é uma condição necessária para um luto normal ou saudável.

Como é uma psicoterapia de luto?

A psicoterapia de luto implica um olhar para as facetas que o compõem e que conjugam a vida do enlutado. Dentro do processo psicoterápico de acolhimento de uma perda, tem como proposta a ação terapêutica específica à demanda, sendo necessário compreender a pluralidade dos afetados, as dimensões implicadas e as articulações sistêmicas que vão além de uma relação entre causas e consequências.

Nessa perspectiva de entendimento sobre o que é um luto, a ideia de superá-lo não se mostra saudável, pois ele não é um obstáculo na vida da pessoa, e sim uma experiência de tal grandeza que se pode ser considerada um processo até mesmo de crescimento pessoal, pela revisão de crenças e expectativas, além do autoconhecimento que se impõe naturalmente. Um luto requer elaboração, confronto com a realidade da perda, construir uma vida diferente da anterior, mas ainda assim a integrando à sua narrativa.

Quando procurar uma psicoterapia de luto?

Recomenda-se para aqueles que vivem um luto e não contam com uma base de apoio percebida como útil ou vivam um luto não reconhecido, também podem evidenciar fragilidades nos recursos de enfrentamento. Estes podem se beneficiar mais de uma psicoterapia para luto quando comparados com aquelas pessoas que contam com recursos mais favoráveis, no equilíbrio dos fatores mencionados acima.

Por fim, se o enlutado mergulhar nas lembranças, e mantiver um vínculo estreito e imutável com o falecido, recusar-se a assumir ou retomar suas responsabilidades, mesmo que aumentadas com a perda, encontraremos, então, aquele que está paralisado na perda, sem fazer o movimento para a restauração da vida nem se perceber enfrentando a nova realidade. Se, por outro lado, a pessoa negar a dor, a perda e as mudanças dela advindas e fizer um esforço para viver como se o fato não tivesse acontecido, como se não houvesse saudade ou desejo de reencontro, estaremos diante de um luto complicado por esses fatores, como se a pessoa precisasse de encorajamento para vivê-lo.

Se você estiver com dificuldades para expor seus sentimentos e tristezas para elaborar seu processo de luto, procure um profissional qualificado que possa te apoiar nessa caminhada.


25 de julho de 2022





 
 
 

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